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Running VS Science

Um blog científico cheio de curiosidades sobre a corrida, conselhos para melhorar a performance e entrevistas fenomenais a casos reais de pessoas comuns que venceram na corrida.

14 de Dezembro, 2016

#CasosReais - Cristiana Ferreira

Nádia Santos

 

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Porque o Running VS Science é acima de tudo feito por vencedores, não podia faltar uma VERDADEIRA vencedora e campeã no nossos #CasosReais!

A Cristiana é atleta e monitora do Running Espinho e começar um treino sem dizer "Parabéns à Cristiana!" já não é a mesma coisa! =P

Uma atleta incrível, cheia de conquistas... Desde da Estrada até ao Trail, a Cristiana sobe várias vezes ao pódio, inclusive conquistando o primeiro lugar! :D

Conhece já a sua história! :)

 

 

 

 

 

 

 

QUANDO COMEÇASTE A CORRER? O QUE TE MOTIVOU?

Olá Nádia! Antes de mais, quero agradecer o convite para participar nos Casos Reais. :)

Quando comecei a correr? Hmm deixa-me cá pensar, eu comecei a correr mais ou menos há 10 anos, quando ia para a praia com os meus pais. Aproveitava sempre para dar uma corrida entre a Granja e Espinho (cerca de 2km) e o regresso fazia a caminhar. Durante alguns anos, os únicos treinos que fazia eram treinos no verão. Na altura, gostava de aproveitar o facto de correr à beira-mar. :)

Sempre tive a minha madrinha (a Manuela Sousa) com força, motivação e a “tirar-me” cedo da cama aos domingos de manhã para irmos caminhar ou correr um bocadinho. E tenho que lhe agradecer por isso! :P

A partir de 2011, começamos a fazer treinos mais frequentes. Lembro-me que me custou muito no início correr por aqui (sou de Argoncilhe e aqui tem muito sobe e desce!!) e comecei a fazer distâncias mesmo pequenas (tipo 1km) e voltava para casa. No dia seguinte repetia o mesmo e aos poucos fui evoluindo, sem ligar a tempos ou sequer a resultados. Aproveitava a corrida para desanuviar do dia-a-dia e para tentar manter a forma.

No entanto, foi a partir de 2015, mais concretamente a partir de setembro desse ano, quando comecei a participar assiduamente nos treinos do Running Espinho, que comecei a “olhar” a corrida como um desafio pessoal. :)

 

JÁ TINHAS PRATICADO OUTRO DESPORTO ANTES? SE SIM, QUAL?

Sim, quando era pequena já tinha praticado natação e patinagem, mas acabei por desistir para me dedicar a outras atividades que tinha na altura. Para além disso, só praticava desporto nas aulas de educação física.

 

NO MUNDO DA CORRIDA JÁ ÉS UMA VENCEDORA, TANTO EM PROVAS DE ESTRADA COMO NO TRAIL... FALA-NOS UM POUCO DA TUA PRIMEIRA CONQUISTA NO PÓDIO :)

Nas provas em que participava, gostava sempre de ver a entrega dos prémios e ficava a imaginar o que sentiam os atletas quando subiam a um pódio. Chegar ao final de uma prova já é uma vitória, mas devia ser mesmo uma sensação fantástica ficar nos lugares mais cimeiros e comecei a pensar: “um dia também gostava de subir a um pódio!”.

Comecei a fazer mais treinos por semana, mas nunca pensei ganhar nada ou melhor, eu sonhava um dia conseguir ganhar algo, nunca pensei que fosse a curto prazo. :)

O primeiro pódio foi em outubro de 2015 na Corrida do Castelo em Santa Maria da Feira. Acabei a minha prova, estava mesmo feliz com o meu tempo, mas nem sabia a classificação. Estava a assistir à entrega dos prémios quando ouvi o meu nome. Inicialmente não liguei, mas depois decidi verificar se era mesmo eu. E sim, era eu!!! :) :) :) Fiquei eufórica, mas ao mesmo tempo surpreendida e nervosa, mas subi ao pódio com um enorme sorriso e muito satisfeita com o meu sonho alcançado.

 

ENTRETANTO, EM FEVEREIRO DE 2016, ALCANÇASTE O 1º LUGAR NO PÓDIO NOS 11KM NO TRAIL DE SANTA IRIA EM GONDOMAR... 11KM DE VITÓRIA! COMO FOI PARA TI ESTA CONQUISTA? :)

Apesar de ter sido um trail curto, foi bastante duro, tinha uma subida interminável!! Foi uma surpresa, não estava a contar alcançar o primeiro lugar, mas foi uma emoção enorme ser a primeira rapariga a cortar a meta. Tive até direito a confetes!! Ahahah :D Na altura era o quarto trail que fazia, ainda não sabia bem o que contar.

 

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O TRAIL É UM TIPO DE PROVA AGRESSIVA, COM MUITOS OBSTÁCULOS, PISO IRRELUGAR, ETC... COMO É A TUA PREPARAÇÃO PARA ESTE TIPO DE PROVAS? E A RECUPERAÇÃO?

Sim, considero o trail mais agressivo do que correr em estrada e, como consequência, a recuperação é mais demorada. Não faço qualquer tipo de preparação especial. No entanto, depois de uma prova de trail sinto o corpo mais cansado e os treinos nos dias a seguir à prova não têm o mesmo rendimento. Sinto que demoro muito mais a recuperar.

O trail também exige outra atenção e como disseste, existem obstáculos, às vezes percursos mais técnicos, subidas e descidas bastante acentuadas, mas para mim o desafio é maior do que realizar uma prova de estrada. É um desafio não cair numa prova de trail :P Já dei algumas quedas é certo, mas felizmente não foram nada de grave.

 

TRAIL E ESTRADA SÃO MUITO DIFERENTES... TENS ALGUMA PREFERÊNCIA? O QUE GOSTAS MAIS NUM E NO OUTRO?

Neste momento, tenho maior preferência pelo trail, não só pelos bons resultados que tive ao longo deste ano, mas também por outros motivos. Considero que o espírito de entreajuda é maior neste tipo de provas, adoro a interação com a natureza, as passagens pelos cursos de água, as paisagens dos percursos (chega mesmo a dar vontade de tirar fotos em alguns locais :). No entanto, existe o maior cansaço associado a este tipo de provas.

Apesar destes motivos, continuo a adorar a estrada e não desisto de continuar a “lutar” para alcançar os objetivos que tenho. :)

 

ENTRETANTO, JÁ CONQUISTASTE VÁRIAS VEZES O PÓDIO... DESDE O TRAIL DA BONECA, O II TRAIL DOS PATRIMÓNIOS MUNDIAIS, ETC... DE TODAS AS VEZES QUE SUBISTE AO PÓDIO, QUAIS TIVERAM MAIS IMPACTO EM TI? :)

Realmente 2016 está a ser um ano muito positivo e com algumas conquistas. Cada uma delas foi especial. :) Não consigo dizer qual é que teve maior impacto em mim... Todas elas tiveram uma enorme importância, não só as vitórias, mas todas as outras provas em que participei, ajudaram na “construção” da atleta que sou hoje.

 

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A TUA RECENTE VITÓRIA: 1º LUGAR FEMININO E 5º LUGAR GERAL DOS 13KM DA EXTREME MARATHON DO GERÊS! SEM DÚVIDA QUE A DIFICULDADE DESTE PROVA É RECONHECIDA NO MUNDO DA CORRIDA... FALA-NOS UM POUCO ACERCA DA MESMA J O QUE MAIS GOSTASTE, O QUE FOI MAIS DIFÍCIL ...

Durante algum tempo andei indecisa sobre inscrever-me ou não para os 13km da Geres Marathon. Adoro o Gerês e porque não juntar o útil ao agradável e fazer uma prova num local que gosto!? No entanto, o meu primeiro pensamento foi “não vou conseguir, vou abafar a meio da subida, não vou ter pernas para aquilo”. Talvez estivesse a ser demasiado pessimista em relação a mim própria. O que é certo é que decidi arriscar e lá me inscrevi na prova.

Ao contrário do que costuma acontecer noutras provas, nesta prova estava bastante tranquila, sem sentir aquele nervoso miudinho quando estava na zona da partida. Adorei as subidas, deu-me um enorme gozo fazer toda a prova. O objetivo era sempre aguentar sem parar até à curva seguinte e depois até à seguinte, até alcançar o retorno e começar a descer até à meta.

O retorno foi fantástico, sentir o apoio dos atletas que continuavam a subir…

E depois percorrer a reta final em direção à meta, com os aplausos das pessoas que estavam a assistir… indescritível! :)

Será sem dúvida uma prova para recordar! :)

 

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COMO SÃO OS TEUS TREINOS SEMANAIS?

Os meus treinos não são muito específicos. Treino 4 ou 5 vezes por semana.

Às terças-feiras treino com o Running Espinho e às quintas-feiras com o Grupo de Corrida de Argoncilhe. Nos restantes dias faço os meus treinos sozinha. Não costumo fazer grandes distâncias e treino muitas vezes em subidas. Ultimamente tenho feito alguns exercícios de reforço muscular.

 

ÉS ATLETA DO RUNNING ESPINHO... DE QUE FORMA É QUE ESTE GRUPO INFLUENCIOU A TUA VIDA DE ATLETA?

A participação nos treinos do Running Espinho influenciou em muito aquilo que sou hoje. O Running Espinho foi tipo uma “alavanca” para que eu ganhasse uma maior motivação no mundo das corridas. Inicialmente não conseguia acompanhar o ritmo do grupo dos 10km da frente, mas aos poucos fui melhorando a minha resistência. É bom sentir todo o apoio e força dos atletas que participam semanalmente dos treinos. Correr em grupo dá-nos outra motivação e tenho que agradecer também aos colegas e amigos que fiz ao longo deste ano e pouco. Da mesma forma que fui ajudada no início por atletas mais experientes, agora também tento ajudar outros atletas que estão no início do seu percurso nas corridas.

 

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(Para além de atleta, a Cristiana é também monitora no Running Espinho, monitorizando todas as semanas um grupo diferente)

 

OBJETIVOS PARA 2017 :)

Objetivos para 2017?!! Para 2017 o meu principal objetivo é continuar a superar-me, quer em estrada, quer em trail.

É certo que nunca pensei chegar até onde cheguei. Por isso, não se deve desistir dos objetivos, mas sim continuar a lutar para alcançar metas. Pode ser difícil, mas no final todo o esforço valerá a pena. :)

Foi um enorme prazer contribuir com um pouco da minha história no mundo das corridas aqui no teu blog. J Espero não me ter alongado muito, mas quando se fala em algo que me dá tanto gosto fazer, é difícil encurtar as palavras. :)

 

 

 

#CasosReais – Nádia Santos – Entrevista a Cristiana Ferreira – Se ela consegue, tu também consegues!